A falta de manutenção adequada em condomínios pode levar a adaptações improvisadas, também conhecidas como “gambiarras”. Embora elas possam parecer soluções rápidas e baratas para problemas cotidianos, são verdadeiras armadilhas para a segurança de moradores e do patrimônio. Neste artigo, vamos ver as gambiarras em condomínios mais comuns, os riscos que elas trazem e como resolver esses problemas de maneira profissional e segura.
O que são gambiarras?
Gambiarras são soluções improvisadas, muitas vezes criadas por falta de conhecimento técnico ou pela necessidade de resolver rapidamente um problema. Em condomínios, essas adaptações ocorrem nas áreas comuns e nas unidades, envolvendo desde sistemas elétricos e hidráulicos até questões estruturais e de segurança. O perigo dessas práticas está no fato de que, em vez de resolver o problema, elas frequentemente agravam a situação, levando a riscos graves, como incêndios, curtos-circuitos, vazamentos de gás ou água, e falhas em sistemas de segurança.
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1. Gambiarras Elétricas: A Maior Fonte de Riscos
As gambiarras elétricas são as mais perigosas e comuns em condomínios. Problemas como o uso excessivo de “benjamins” (adaptações para ligar vários aparelhos em uma mesma tomada) e réguas de energia mal dimensionadas estão entre as soluções improvisadas que sobrecarregam o sistema. Essa prática pode gerar superaquecimento dos cabos, causando curto-circuitos ou até incêndios.
Outro exemplo é a troca de disjuntores por outros de maior capacidade, uma tentativa de evitar que eles desarmem quando há sobrecarga no sistema. Isso pode parecer uma solução rápida, mas o disjuntor é projetado para desarmar quando o circuito está em risco. Ao instalar um disjuntor inadequado, o perigo aumenta, já que a sobrecarga pode não ser interrompida, gerando aquecimento excessivo nos cabos e aumentando as chances de incêndios
Como resolver? Para evitar gambiarras elétricas, é fundamental realizar um projeto elétrico adequado. Condomínios mais antigos precisam passar por vistorias periódicas e laudos técnicos, feitos por profissionais qualificados, como engenheiros eletricistas. A manutenção preventiva e a substituição de disjuntores e cabos desgastados também são essenciais para evitar sobrecargas.
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2. Instalações de Gás Improvisadas
Os sistemas de gás são outra área onde gambiarras podem ser extremamente perigosas. A instalação de tubulações improvisadas, como o uso de materiais inadequados ou a adaptação de mangueiras comuns para conduzir gás, coloca os moradores em risco de vazamentos e explosões.
Um exemplo comum de gambiarra envolve o uso de fitas adesivas para “consertar” vazamentos de gás, o que não é apenas ineficiente, mas altamente perigoso. Além disso, muitos condomínios não realizam as vistorias necessárias, deixando de seguir as normas de segurança e permitindo que adaptações improvisadas permaneçam por longos períodos.
Como resolver? A solução para esse problema é a manutenção periódica e a vistoria profissional do sistema de gás. Em caso de vazamento ou falhas, é imprescindível contar com uma empresa especializada para realizar o reparo de forma correta. Além disso, é fundamental seguir as normas da ABNT para instalações de gás, garantindo que todos os componentes sejam seguros e compatíveis com o sistema.
3. Adaptações Hidráulicas e Vazamentos
Gambiarras em sistemas hidráulicos também são comuns em condomínios, especialmente em unidades antigas. Em muitos casos, vazamentos são temporariamente “resolvidos” com fita veda-rosca, fitas adesivas ou até pedaços de borracha. Embora possam reduzir o vazamento momentaneamente, essas soluções não atacam o problema na raiz e podem causar infiltrações severas ao longo do tempo.
Infiltrações decorrentes de gambiarras hidráulicas podem comprometer a estrutura do prédio, além de gerar manchas e mofo nas paredes. A falta de manutenção e a escolha de materiais inadequados para reparos aumentam os riscos de rompimentos nas tubulações, levando a danos mais severos, que afetam tanto as áreas comuns quanto as unidades dos moradores.
Como resolver? A manutenção adequada das tubulações e a substituição de materiais desgastados são medidas essenciais para evitar gambiarras. Além disso, é importante que os condôminos e a administração do prédio contratem profissionais capacitados para realizar os reparos, evitando soluções improvisadas que apenas mascaram os problemas.
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4. Improvisos em Portas Corta-Fogo
As portas corta-fogo são fundamentais para a segurança em caso de incêndio, mas frequentemente são alvo de gambiarras. Em alguns condomínios, é comum que essas portas sejam mantidas abertas com calços, pedras ou até cadeados para facilitar a circulação, o que compromete completamente sua função de proteção em caso de emergência. Além disso, há relatos de portas corta-fogo que não passam por manutenção regular, o que significa que, em caso de necessidade, elas podem falhar, deixando os moradores em risco. O funcionamento correto dessas portas depende de manutenção periódica e testes, além de seguir as normas de segurança vigentes.
Como resolver? A manutenção preventiva das portas corta-fogo é imprescindível. Elas devem ser verificadas regularmente para garantir que os mecanismos de fechamento automático estejam funcionando corretamente. Além disso, é necessário treinar os moradores e a equipe de segurança do condomínio sobre a importância de manter essas portas fechadas e funcionando conforme o planejado.
5. Ventilação Improvisada
Alguns condomínios, na tentativa de melhorar a ventilação, recorrem a gambiarras como a instalação de ventiladores em locais inadequados ou o furar paredes e dutos para permitir a entrada de ar. Essas práticas podem parecer inofensivas, mas podem comprometer a estrutura do prédio e criar riscos elétricos, além de não resolverem o problema de ventilação de forma eficiente. Ventiladores instalados de forma improvisada podem estar conectados a circuitos elétricos sobrecarregados, aumentando o risco de curto-circuito e incêndio. Além disso, a ventilação inadequada pode levar ao acúmulo de umidade, promovendo o surgimento de mofo e bolor, que afetam a saúde dos moradores.
Como resolver? A solução para problemas de ventilação inadequada é contratar uma empresa especializada em sistemas de ar e ventilação. Projetos profissionais garantem que os dutos de ventilação sejam dimensionados corretamente e que o sistema funcione de forma segura e eficiente, sem riscos à estrutura do prédio ou à saúde dos moradores.
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6. Iluminação de Emergência Improvisada
Outro exemplo comum de gambiarra em condomínios é a iluminação de emergência improvisada. Muitas vezes, lanternas de uso comum ou lâmpadas alimentadas por baterias são instaladas em áreas comuns como corredores e escadas. Embora possam fornecer luz temporária em caso de queda de energia, essas soluções não atendem às normas de segurança e podem falhar no momento em que são mais necessárias. A iluminação de emergência é fundamental em situações de incêndio ou evacuação, pois permite que os moradores encontrem as saídas de forma segura. Instalações improvisadas podem não funcionar adequadamente ou fornecer iluminação insuficiente, colocando a segurança de todos em risco.
Como resolver? O ideal é investir em um sistema de iluminação de emergência adequado, com baterias recarregáveis e luminárias instaladas de acordo com as normas vigentes. Esse tipo de instalação deve ser feito por profissionais especializados, que garantirão que o sistema funcione corretamente em caso de emergência.
7. Câmeras de Segurança Improvisadas
A segurança é uma preocupação importante em condomínios, mas, em alguns casos, câmeras de vigilância são instaladas de forma improvisada, com baixa qualidade e sem o posicionamento adequado. Sistemas de segurança caseiros podem deixar pontos cegos e, muitas vezes, não captam imagens claras, o que compromete a segurança do prédio. Além disso, câmeras conectadas a redes elétricas improvisadas podem sofrer interferências e falhas. Se a instalação não for feita por um profissional, há o risco de perda de gravações ou até falhas durante momentos críticos
Como resolver? A solução ideal para garantir a segurança é a instalação de um sistema de câmeras profissionais, com cabeamento adequado e monitoramento eficiente. Além disso, o posicionamento das câmeras deve ser cuidadosamente planejado para cobrir todas as áreas comuns do condomínio.
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8. Gambiarras em Antenas e Redes de Comunicação
Com o aumento da necessidade de internet rápida e TV a cabo, muitos condomínios recorrem a gambiarras para melhorar a recepção de sinal ou ampliar a rede Wi-Fi nas áreas comuns. Um exemplo disso é o uso de divisores de sinal de TV instalados de forma inadequada, prejudicando a qualidade do sinal para todos os usuários. Além disso, algumas improvisações envolvem a instalação de repetidores de Wi-Fi mal posicionados ou com fiação exposta, o que pode gerar interferências no sinal e, em casos extremos, danos aos equipamentos eletrônicos e sobrecarga nas redes elétricas.
Muitos desses problemas surgem quando o condomínio tenta economizar, contratando serviços não especializados ou utilizando equipamentos de baixa qualidade. Isso não só compromete a eficiência das redes de comunicação, como também aumenta os custos de manutenção a longo prazo.
Como resolver? A contratação de empresas especializadas em redes de comunicação e TV a cabo é a solução mais eficiente. Um bom planejamento da instalação de cabos e roteadores, bem como a utilização de equipamentos de qualidade, garante que o sinal seja distribuído corretamente sem causar sobrecargas ou falhas no sistema.
9. Manutenção Improvisada em Elevadores
Outra gambiarra comum em condomínios está relacionada à manutenção de elevadores. Em vez de contratar uma empresa especializada, alguns condomínios optam por soluções improvisadas, como o conserto de portas com lubrificantes inadequados ou o uso de peças de baixa qualidade para evitar custos. Essas práticas podem comprometer a segurança do elevador, que é um dos equipamentos mais críticos para o funcionamento do prédio.
Elevadores que não passam por manutenção regular ou que são alvo de reparos improvisados apresentam riscos de falhas mecânicas, como travamento entre andares, quedas ou pane no sistema de controle. Isso coloca em perigo a vida dos moradores e visitantes, além de gerar multas e autuações por não cumprimento das normas de segurança estabelecidas para esses equipamentos.
Como resolver? A solução ideal é contratar uma empresa certificada para realizar a manutenção periódica e preventiva dos elevadores, conforme as normas da ABNT e dos órgãos reguladores locais. Inspeções regulares e o uso de peças originais garantem o funcionamento seguro e contínuo do equipamento, evitando riscos de acidentes e falhas inesperadas.
Conclusão
As gambiarras em condomínios, embora pareçam soluções rápidas e econômicas, geram riscos sérios que podem resultar em incêndios, explosões, vazamentos e falhas em sistemas de segurança. A melhor forma de evitar esses problemas é contratar profissionais qualificados para realizar a manutenção adequada e seguir as normas vigentes. A manutenção preventiva e a atualização das instalações são investimentos essenciais para garantir a segurança dos moradores e proteger o patrimônio do condomínio. Ao adotar medidas profissionais e evitar gambiarras, os síndicos e gestores de condomínios podem prevenir acidentes e problemas maiores, proporcionando tranquilidade e segurança para todos.